Estou precisando de mais paciência!
O mundo é muito diferente para cada pessoa.
Isso é fácil de perceber quando viajamos e nos encontramos com pessoas de diferentes culturas mas freqüentemente nos esquecemos disso quando estamos lidando com alguém mais próximo. Achamos que só porque a pessoa passa por experiências parecidas, ela pensa igual, sente da mesma forma e interpreta da mesma maneira. No entanto, nossos parentes, amigos e colegas podem ter uma idéia completamente diferente a respeito do mundo.
Basta irmos com amigos ao cinema para percebermos que cada um captou o filme de uma forma única. Um deu atenção por exemplo ao desempenho dos atores e às imagens. Outro pode ter prestado mais atenção às emoções, ao que foi dito e a música que estava tocando. Em casos extremos pode até parecer que assistiram filmes diferentes.
A percepção que cada um de nós tem do mundo é única e especial. Depende dos aprendizados e das vivências de cada um, de seus interesses particulares e da influência de pessoas significativas.
Além disso depende também do desenvolvimento e da utilização da visão, do olfato, do tato, do paladar e da audição ao longo da vida.
Uma pessoa pode ter a sua audição especialmente acurada devido a fatores genéticos e pode por exemplo ser incentivada desde pequena a ouvir música, talvez porque os pais gostam muito de música e tocam vários instrumentos musicais. Essa pessoa ao longo da sua vida pode se interessar por diversos estilos musicais e aprender a cantar. Com certeza a sua percepção de sons é muito melhor do que a de alguém que não teve essa bagagem e nunca se interessou verdadeiramente por música.
Assim é construído o modelo de mundo de cada um. Esse modelo não é o próprio mundo, é apenas a ideia subjetiva do mundo. Dizemos que não existe modelo de mundo certo ou errado, existe sim aquele que é mais rico, que traz mais informações e que permite melhores alternativas de escolha.
Fica muito mais fácil ter paciência com os outros quando sabemos que cada um tem uma ideia subjetiva diferente, e que por vezes pode ser totalmente oposta à nossa. A paciência ajuda a compreender o mundo da outra pessoa e a explicar melhor um ponto de vista.
Além disso precisamos levar em consideração que cada pessoa só quer o melhor para si.
Você já acordou pela manhã e pensou: – Hoje vou fazer tudo o que puder para estragar a minha vida. Eu até hoje não conheci ninguém que pensasse assim. As pessoas querem sempre fazer o melhor para suas vidas. A ação que alguém faz é sempre a melhor escolha para ela naquele momento. Conforme as opções que ela tem na hora, faz a melhor escolha. Pode ser que no instante seguinte, com mais informações, perceba que poderia ter escolhido diferente. Isso é sinal de aprendizado e experiência. Que bom que com o passar do tempo percebemos que podíamos ter feito melhor e às vezes muito melhor, isso significa que evoluímos!
Imagina que você escolhe um caminho, achando que é o melhor para viajar. No meio do trajeto há um trânsito que atrasa muito a viagem. Então pensa que deveria ter seguido por outro caminho, que teria sido mais rápido e melhor. Talvez inclusive fica se culpando por isso. Mas, você na verdade fez a melhor escolha possível naquele momento, de acordo com sua experiência e tudo o que sabia a respeito do melhor caminho.
Muitas vezes não percebemos as intenções das pessoas a nossa volta, o que elas querem, quais as informações que tem disponíveis para decidir e julgamos à partir de nossas próprias referências. Esse é um grande motivo para perder a paciência!
Imagine um fotografo que quis embarcar em um voo com seu equipamento fotográfico à mão. Como era muito volumoso o atendente queria que o material fosse despachado juntamente com toda a bagagem. O fotografo tinha receio de perder o tão valioso equipamento e se irritou. A intenção positiva do atendente era de cumprir as normas da companhia aérea e a do fotografo, de garantir que seu equipamento chegasse sem danos. Diante da irritação de ambos o impasse foi resolvido por um outro atendente que permitiu que a parte mais importante do equipamento fosse junto da bagagem de mão, uma vez que atenderia ao volume permitido.
Na maioria das vezes, essa pessoa com quem você tem que lidar e que está contribuindo para você perder a paciência, só está fazendo o melhor que pode. Esse é o jeito dela, talvez ela não sabe ou não pode fazer diferente. Talvez essa é sua única maneira de se comunicar. Talvez essa pessoa tenha traumas ou aprendizados dolorosos na vida. Talvez simplesmente não tenha informações suficientes.
Considerando a intenção positiva da pessoa, fica muito mais fácil ter paciência para conversar com ela, argumentar e mostrar seu ponto de vista. Ou, talvez, simplesmente aceitá-la como ela é, sem querer que ela mude. Assim podemos ter muito mais tolerância e paciência com todos à nossa volta, promover uma boa comunicação e melhorar nossos relacionamentos.
Paul,
estou entrando em seu site pela primeira vez e lí esta´postagem sobre PACIÊNCIA, que me diz muito respeito.
Tenho praticado a paciência com pessoas próximas a mim e pessoas que trabaharam comigo e busquei, como até hoje eu faço, o caminho do entendimento, da superação de preconceitos, que também nos fazer descartar opiniões difetentes, e tentar me colocar no ligar destas outras pessoas.
Acho que agora, nesta fase de minha vida, estou colhendo alguns frutos muito bons desta prática: ser paciente, vale a pena.