Convivência em casa sem brigas!
A convivência na mesma casa é para ser harmoniosa e tranquila. Mas infelizmente muitas famílias se desentendem e brigam, principalmente nessa época que estamos agora que é recomendado ficar em casa.
O lar é o lugar para relaxar, compartilhar momentos legais, descansar e recompor suas energias. Mas algumas coisa podem atrapalhar muito, como por exemplo as tarefas do dia a dia, arrumação, organização e limpeza. Hábitos diferentes, rotinas, maneira de fazer as coisas. Manias, necessidade de se isolar e ficar quieto. Ou ainda a necessidade de falar e compartilhar suas ideias e experiências.
A vontade muitas vezes pode ser de fugir, se separar ou ficar um tempo longe de todo mundo. Isso pode aliviar, mas não resolve. O que resolve é uma boa conversa onde cada um pode dizer o que pensa, o que sente e o que espera dos outros.
Muitas pessoas reclamam que já falaram mil vezes e não resolve. Na maior parte das vezes não funciona porque a outra pessoa não está aberta a ouvir críticas. Ou talvez, por sempre ouvir reclamações já nem considera mais qualquer coisa que seja dita.
Por isso eu recomendo que esta conversa seja feita com dia e hora marcados, onde se afastam as interrupções, se desligam os aparelhos e celular. Nesse momento todos estão engajados em falar o que pensam e em ouvir com um espírito aberto e pró ativo.
Sabemos que todos tem suas questões pessoais, todos erram e tem seus hábitos e seu jeito de ser, e que muitas vezes não combinam com as características das pessoas à nossa volta.
Sabemos também que morando embaixo do mesmo teto temos objetivos em comum. Metas de alegria, de felicidade, de paz, de diversão e de construção de um futuro.
Quando pensamos que as pessoas com quem convivemos são muitas vezes aquelas que mais nos amam, que mais cuidam de nós, fica fácil de ceder e cuidar também delas.
Para uma boa conversa é preciso saber falar e saber ouvir.
Para falar pense primeiro em tudo que tem de queixas das outras pessoas, e não pense você que vai poder falar tudo logo de cara em uma primeira conversa. Se não está acostumado a ter esse diálogo talvez tenha realmente muitas reclamações dos outros. Por isso é importante não deixar acumular, não esperar encher o copo para falar, fazer essa conversa periodicamente para ir aliviando suas questões aos poucos e dando tempo para todos irem mudando, melhorando e cooperando.
Quando listar tudo, divida em três grupos de informações:
1. Aquelas que realmente você precisa que a outra pessoa mude, coisa que não suporta.
2. Coisas que você deseja muito que o outro mude, mas que se não mudar, é possível conviver.
3. Coisas que se o outro mudar seria muito bom, mas se não mudar também está tudo bem.
Para começar escolha cuidadosamente qual item vai querer focar primeiro, de modo que a outra pessoa possa assimilar a sua reclamação e se propor a mudar.
Além disso, ao falar procure acusar menos com frases do tipo: – Você está errado e você é o culpado disso. Use mais frases que falam como você se sente diante das situações: – Eu me sinto incomodado quando tal coisa acontece. – Eu me irrito diante de um comportamento assim. – Eu acho mais adequado fazer desse modo porque penso nisso dessa forma.
Priorize falar de comportamentos e ações, coisas observáveis e que poderiam ser captadas em um vídeo, imagens e sons. Isso evita discussões sobre se a pessoa fez mesmo essa ação, falou mesmo dessa forma, se expressou mesmo desse jeito. Assim, você não fala de identidades. Acusações como por exemplo: – Você é muito chato! fazem com que a pessoa fique sem opção de não ser chata, e queira se defender, não compreendendo exatamente o que você gostaria que ela mudasse.
Use “é” para elogios e não críticas, dizendo coisas como: – Você é muito legal!
Para ser um bom ouvinte deixe que a pessoa fale tudo o que tem vontade, ouça atentamente e faça pequenas perguntas para entender realmente o que a pessoa espera de você, para se certificar de que a forma que você entendeu o que ela disse, é o que ela queria transmitir.
Ouça sem se defender, sem se justificar, apenas ouça e entenda.
Depois que a pessoa terminar de falar você poderá decidir o que vai fazer com as informações que recebeu.
Talvez você não concorde com nada e pronto. Talvez concorde em parte ou tenha alguma objeção ou alguma condição para poder atender essa solicitação. Pode ser que você concorde e decida mudar. E talvez não seja fácil fazer essa mudança.
Seja como for informe a outra pessoa sobre o que você acha e explique porque pensa dessa forma. É fundamental que a outra pessoa não fique com expectativas sobre você, que depois não serão atendidas gerando mais frustração e desentendimento.
Lembre-se sempre você é responsável pelo seu estado emocional. Não é a pessoa que te irrita, é você que se irrita com ela. É você que permite que o outro te emocione de alguma forma. São três chaves que determinam seu estado emocional, suas ideias, as palavras que fala para si mesmo e a sua fisiologia. E você tem controle sobre todas essas três. Veja mais a respeito no vídeo Três chaves para mudar seu estado emocional.
Se a outra pessoa não mudar do jeito que você imaginava, é você mesmo que vai ter chegar em um acordo com as suas emoções para ficar bem apesar de tudo. Muitas vezes não é fácil fazer as mudanças, se precisar de ajuda, conte comigo em um processo de Mentoria.